Olá leitores do blog sobre risco ambiental,
esta semana iremos tratar da gestão do risco, da ISO 31000. Para ajudar na discussão estou colocando neste post uma página do blog qualidade total, que explica em linhas gerais do que se trata a norma, para dar uma introdução a ela. Ok! Se divirtam e boa semana!
clique aqui o post no blog qualidadetotal
A quantidade de acidentes nas organizações é cada vez mais maior no Brasil e no mundo. Dados da SUSEP nos mostram que no período de 2003 até 2009 o Sinistro Direto Anual em Riscos de Engenharia tiveram um crescimento no Brasil de 68%. O Acidente da British Petroleum (BP) já é o maior desastre ambiental da história dos EUA, com prejuízos estimados que ultrapassam a casa dos 30 bilhões de dólares e que continuarão aumentando. Outro dado curioso é do número de empresas que fecham a cada dia. No Brasil, por exemplo, poucas são as empresas que têm vida longa, 27% delas fecham no primeiro ano. Será que essas empresas estão dando atenção especial a um fator importante chamado Gestão de Riscos?
Fonte: www.susep.gov.br
No ano passado saiu a norma ISO 31000 e no Brasil foi lançada em 30/11/2009 a ABNT NBR ISO 31000 - Gestão de Riscos, Princípios e Diretrizes. Eu já li a norma algumas vezes e a considero uma boa referência para quem quer começar a implantar um processo de Gestão de Riscos. Ela não tem finalidade de certificação, porém é uma ferramenta que pode trazer maiores diferenciais competitivos para as empresas que utilizarem os seus conceitos. Vou explorar esse tema daqui pra frente no blog. O processo de gestão de riscos da norma é bem parecido com o da norma OHSAS 18001 (veja post feito aqui no blog).
Quando o gerenciamento dos riscos da organização for feito de forma integrada e sistemática espera-se que os sinistros nas organizações diminuam. Será verdade? Só implementando os requisitos da norma para saber. A minha expectativa é que sim! Quando as pessoas definem a sua disposição a aceitar determinados níveis de risco e avaliam cada detalhe de uma operação, elas ficam mais aptas a atingir os seus objetivos. Se muitos pequenos empreendedores conhecessem o processo de gestão de riscos dessa norma, provavelmente não teriam que fechar seus negócios nos primeiros anos de funcionamento.
Hoje vamos conhecer os princípios da gestão de riscos segundo a ABNT NBR ISO 31000.
Princípios da Gestão de Risco - Requisito 3
Para a gestão de riscos ser eficaz, convém que uma organização, em todos os níveis, atenda aos princípios abaixo descritos.
a) A gestão de riscos cria e protege valor.
A gestão de riscos contribui para a realização demonstrável dos objetivos e para a melhoria do desempenho referente, por exemplo, à segurança e saúde das pessoas, à segurança, à conformidade legal e regulatória, à aceitação pública, à proteção do meio ambiente, à qualidade do produto, ao gerenciamento de projetos, à eficiência nas operações, à governança e à reputação.
b) A gestão de riscos é parte integrante de todos os processos organizacionais.
A gestão de riscos não é uma atividade autônoma separada das principais atividades e processos
da organização. A gestão de riscos faz parte das responsabilidades da administração e é parte integrante de todos os processos organizacionais, incluindo o planejamento estratégico e todos os processos de gestão de projetos e gestão de mudanças.
c) A gestão de riscos é parte da tomada de decisões.
A gestão de riscos auxilia os tomadores de decisão a fazer escolhas conscientes, priorizar ações e distinguir entre formas alternativas de ação.
d) A gestão de riscos aborda explicitamente a incerteza.
A gestão de riscos explicitamente leva em consideração a incerteza, a natureza dessa incerteza, e como ela pode ser tratada.
e) A gestão de riscos é sistemática, estruturada e oportuna.
Uma abordagem sistemática, oportuna e estruturada para a gestão de riscos contribui para a eficiência e para os resultados consistentes, comparáveis e confiáveis.
f) A gestão de riscos baseia-se nas melhores informações disponíveis.
As entradas para o processo de gerenciar riscos são baseadas em fontes de informação, tais como dados históricos, experiências, retroalimentação das partes interessadas, observações, previsões, e opiniões de especialistas. Entretanto, convém que os tomadores de decisão se informem e levem em consideração quaisquer limitações dos dados ou modelagem utilizados, ou a possibilidade de divergências entre especialistas.
g) A gestão de riscos é feita sob medida.
A gestão de riscos está alinhada com o contexto interno e externo da organização e com o perfil do risco.
h) A gestão de riscos considera fatores humanos e culturais.
A gestão de riscos reconhece as capacidades, percepções e intenções do pessoal interno e externo
que podem facilitar ou dificultar a realização dos objetivos da organização.
i) A gestão de riscos é transparente e inclusiva.
O envolvimento apropriado e oportuno de partes interessadas e, em particular, dos tomadores de decisão em todos os níveis da organização assegura que a gestão de riscos permaneça pertinente e atualizada. O envolvimento também permite que as partes interessadas sejam devidamente representadas e terem suas opiniões levadas em consideração na determinação dos critérios de risco.
j) A gestão de riscos é dinâmica, iterativa e capaz de reagir a mudanças.
A gestão de riscos continuamente percebe e reage às mudanças. Na medida em que acontecem eventos externos e internos, o contexto e o conhecimento modificam-se, o monitoramento e a análise crítica de riscos são realizados, novos riscos surgem, alguns se modificam e outros desaparecem.
k) A gestão de riscos facilita a melhoria contínua da organização.
Convém que as organizações desenvolvam e implementem estratégias para melhorar a sua maturidade na gestão de riscos juntamente com todos os demais aspectos da sua organização.
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Perceba que a Gestão de Riscos está diretamente ligada aos objetivos de um negócio. Estratégia e Risco em Geral são dois termos que aparecem juntos. Qual o risco de eu não atender o meu plano financeiro? Qual o Risco de o meu projeto atrasar? Qual o risco de um novo produto não atingir sucesso comercial?
Perceba também que ela deve estar inserida nos processos organizacionais. Assim como a qualidade não deve ser vista como um processo a parte, e sim parte integrante dos processos da organização a gestão de riscos também deve ser "Total". Levar em conta os riscos durante projetos e mudanças em situações de trabalho pode contribuir para uma operação mais segura e confiável. Executar tarefas ciente dos riscos envolvidos também é fundamental para o sucesso no dia a dia, evitando acidentes, baixa produtividade e impactos ambientais.
Gerenciar riscos significa, não expor o capital, não expor as pessoas e não prejudicar o meio ambiente. Acredito que quanto maior for o amadurecimento das organizações nesse sentido maiores serão as possibilidades de atingir seus objetivos e se preparar para situações críticas.
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