Sunday, April 10, 2011

Chuva no DF e a falta de comunicação do risco


O sistema de previsão de chuvas intensas que ocorreu no Centro-Oeste está num mar de informação que poderia servir mais precisamente para alertar a população dos riscos e perigos metereologicos mas, será que tem servido a este propósito? O meteorologista Manoel Rangel tinha previsto no dia 08/04/2011 que iria "chover este fim de semana no DF, com possibilidade de chuvas isoladas"

"A chuva que já cai fraca no início da manhã desta sexta-feira (8/04), continuará durante todo o dia e se prolongará até domingo (10/04). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o céu em Brasília nesta sexta-feira estará nublado com névoa pela manhã e previsão de pancadas de chuva isoladas no período da tarde. A umidade relativa do ar na capital federal pode variar entre 90% e 50%.

O Inmet avisa ainda que no sábado (9/04) e no domingo (10/04) o tempo também será parcialmente nublado com possibilidade de chuvas isoladas. O Instituto confirma que a temperatura para o final de semana pode variar entre 18ºC e 27ºC." (Correioweb 08/04/2011)

Mas aí exatamente o que ocorreu foi:

"Na capital do país choveu neste domingo, até o momento do fechamento desta matéria, 44 milímetros (mm) dos 123 mm previstos para todo o mês de abril. Para se ter ideia da tempestade que atingiu Brasília esta tarde, desde o começo do mês haviam sido contabilizados apenas 6 mm de chuva." (JB 10/04/2011)

E aí vem a ladainha que esta tempestade era prevista de ocorrer:

"Chuva era esperada
Segundo o meteorologista Manoel Rangel, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva para este domingo já era prevista e explica: "Havia um contraste térmico. A chuva é devido a essa diferença de temperatura das áreas de instabilidade, onde as massas de ar frio e quente se encontram". Para o granizo há outra explicação: "O deslocamento de vento, de cima para baixo e de baixo para cima, misturado com as massas de ar quente e frio, provocam as pedras de gelo". De acordo com Rangel, a velocidade do vento chegou a 32 Km/h. Durante a manhã, a umidade relativa do ar foi de 95%. Já a temperatura máxima foi de 26º e a mínima de 18,4º."(correio Braziliense 10/04/2011)

Então se era prevista a entrada de uma área de instabilidade devido ao choque entre frentes frias e quentes, porque o alerta de chuvas torrenciais com granizo não chegou aos nossos celulares, aos nossos televisores e radios antes que ocorressem tempestades de gelo e os impactos que depois assistimos na tv? Por que fomos pegos de surpresa?

A comunicação dada a imprensa de previsão metereologica dada pelo Manoel na sexta-feira, não por culpa dele, nada pessoal, infelizmente não foi suficiente para prever o risco que o DF estaria sujeito se caisse uma chuva de quase 45 milimetros, junto a um sistema frontal com tempestade de gelo, e com ventos de 35 km/h. Se a matéria de sexta falasse algo assim, "neste fim de semana, teremos um nível de risco 2 a 3 ( de zero a 5) de chuvas intensas, que poderam inundar partes da cidade e causar enchentes, dependendo do grau de vulnerabildiade do nosso sistema de drenagem nas ruas do DF. Cruzando estas informações, com os mapas de risco que temos efetuado aqui an UCB e que a Defesa Civil tem realizado (ver seu blog ao lado), poderiamos prevern os provaveis danos destas chuvas (deslizamentos, enxurradas, alagamanetos, e quedas de árvores nas diversas cidades satélites). Enviar esta mensagem como um alerta pra cada celular ajudaria aos que estavam dirigindo neste momento para que não ficassem a mercê da correnteza e alagamentos nas ruas... em parte ao pontos de alagamentos graças a falta de drenagem nas ruas e estradas no DF.

Imagine se esta chuva tivesse caido numa quarta-feira qualquer. Por exemplo, os estragos na UNB foram somente de danos ao patrimonio, sem vítimas, porque era um fim de semana, domingo, e as salas de aula da UNB estavam vazias. Mas imagine se este sistema turbulento e instável caisse num dia de semana, assim sem avisar! Os estragos teriam sido talvez mais graves afetando a vida de muitos professores, funcionarios e alunos. Será que a previsão dada dois dias antes sobre as "chuvas isoladas" do Manoel Rangel seria suficiente para gerar um alerta para os perigo que as pessoas que frequentam e trabalham na UNB iriam ter que enfrentar?

O que falta para melhorar a nossa comunicação do risco? Ah, que tal mais investimento em melhores radares metereologicos/satelites/ Sim, melhores jornalistas ambientais no correio braziliense que pudessem elr o release do Inmet e traduzir o risco lá mesmo, discutindo com o pessoal da defesa civil etc.

Mas falta investimento na percepção do risco e na comunicação do risco de chuvas intensas e seus impactos. E assim, falta criar um sistema de alerta inerente ao sistem de comunicação junto às comunidades, principalmente as mais vulneráveis, e assim ajudar na evacuação quando identificadas as zonas de perigo (sistema que pode ser implantado por um sistema de defesa civil com participação da população afetada). Vide os desastres causados por chuvas intensas aqui relatados e discutidos neste blog já discutidos sobre a região Serrana, e no nordeste e sul do país, cujos sistemas de alerta não foram muito efetivos. Hoje estamos delineando novas politicas de desastres, mesmo estando a anos luz de colocar no papel o que elas se propõe. é necessário investimento e tempo em sistemas de segurança e prevenção de risco!


Devemos educar os meios de comunicação, não somente noticiar o desastre depois que ocorre, mas para ajudar no processo de prevenção, servir para alertar o telespectador e do publico em geral que existe a possibilidade de desastre. Devemos cobrar dos governantes e da midia um papel mais ativo na comunicação dos riscos e de sistemas de alerta.

Foi-se o tempo que São Paulo era somente a terra da garoa e o Rio já conhece bem o inferno das chuvas torrenciais frontais!! e o DF está vendo esta mudança na intensidade das chuvas também, assim governandor Agnelo deve olahr po que estão fazendo nas cidades que sofrem com mais frequencia deste tipo de fenômeno e comprometer com o risco ambiental!

O Brasil ainda não tem em seu sistema de governança do risco ambiental, e precisa desenvolver este sistema o mais rápido possível.

Renata


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