Thursday, September 15, 2011

Fogo em Brasília já devastou área equivalente à de 74 parques da cidade

Fogo em Brasília já devastou área equivalente à de 74 parques da cidade

13/09/2011

Manoela Alcântara; Thalita Lins
Antonio Temóteo; Lucas Tolentino

O fogo que atinge as reservas florestais de Brasília já devastou uma área equivalente à de 74 parques da cidade em 2011. Desde o começo do ano, foram 31,9 mil hectares, sendo 21,9 mil só nos últimos seis dias. Os focos de incêndio caíram de 40, no domingo, para 21, ontem, e estavam controlados até o início da tarde. Somente a Floresta Nacional (Flona) continuava em situação preocupante nas áreas 1 e 4, localizadas em Taguatinga e Brazlândia, respectivamente. Por volta das 15h, as chamas também atingiram a Estação Ecológica Águas Emendadas. Até então, os ambientalistas comemoravam a imunidade do local. Com o trabalho de 85 bombeiros, 20 brigadistas e o apoio do avião Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (FAB), as labaredas já estavam controladas três horas após o início do incêndio. Esta é a sexta área de preservação atingida deste o último dia 7.

A maior área verde do DF é o Parque Nacional, com 30 mil hectares. Até o momento, ele não foi atingido. Ontem pela manhã, a ênfase no controle do incêndio da área 1 da Flona era justamente para evitar uma tragédia maior. “Somos divisa direta com o Parque Nacional. Intensificamos os trabalhos para que as chamas não cheguem até lá”, disse a chefe da Flona, Miriam Ferreira. Estima-se que 85% desse local tenha sido consumido pelo fogo.

As outras reservas atingidas e sob controle atualmente são o Jardim Botânico, a Fazenda Água Limpa, da Universidade de Brasília (UnB), a Reserva da Aeronáutica e a Reserva do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que juntos tiveram uma baixa de 15,4 mil hectares de área verde. Além do Parque Ecológico Ezequias Heringer, localizado no Guará, que ainda não teve o prejuízo calculado. A redução das chamas depende das chuvas, que ainda não estão previstas para este mês. Calcula-se que só no início de outubro os primeiros pingos caiam. Ontem, os termômetros marcaram 33ºC , às 15h, quando a umidade era de 14%.

Os incêndios e os fatores climáticos mantêm o DF em estado de alerta. Porém, especialistas entrevistados pelo Correio acreditam que uma força tarefa maior deveria ser feita. Eles pedem que o estado de emergência seja decretado. “Os grandes incêndios diminuíram. Se a situação voltar a piorar, possivelmente pode ser decretado estado de emergência. Mas, por enquanto, não há indicativos”, destacou o major Alexandre Ataídes, supervisor de serviços da Defesa Civil.

Malefícios
De acordo com o Ph.D. em ecologia da Universidade Católica de Brasília (UCB) Genebaldo Freire, os incêndios causam danos a flora, fauna, solo, qualidade do ar e atmosfera, além de prejuízos econômicos e sociais, caso sejam contabilizados os atendimentos em hospitais públicos e as quedas de energia. “Sempre me refiro ao balanço total de perdas porque tudo isso poderia ser evitado caso a sociedade fosse sensibilizada. Não falo de conscientização, mas de o governo mostrar o que as queimas de lixo e os incêndios criminosos podem causar”, ressaltou Freire. Para ele, não há outra explicação para as atuais grandes queimadas além da ação humana. “São pessoas que querem se vingar de alguma iniciativa do governo ou por vandalismo. É um misto de ignorância e analfabetismo ambiental, pois esses atos prejudicarão diretamente a sociedade”, complementou.

As suspeitas de que as queimadas sejam criminosas já foram levantadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente. Na tarde de ontem , o presidente do instituto, Rômulo Mello, encaminhou ofício à Polícia Federal denunciando a ação humana no incêndio da Floresta Nacional. A suspeita é de que chacareiros que estão parcelando terras na reserva queriam se vingar da administração por ter derrubado algumas casas em construção.

De acordo com a geógrafa e coordenadora do Fórum de ONGs ambientalistas do DF, Mara Moscoso, os grileiros estariam ateando fogo na mata para poder ocupar a área. “Cerca de 90% dessas reservas são protegidas por lei federal ou estadual. No caso da Flona, a legislação permite a habitação e esses moradores podem estar prejudicando o local”, disse. Essa é a maior tragédia da história da Floresta Nacional. Até agora 6,5 mil hectares dos quase 10 mil da reserva foram destruídos pelo fogo.

A ação dos incendiários provoca males como a fumaça, e a fuga de animais e insetos para as regiões urbanas. “O maior dano será aos animais de baixa mobilidade como o tamanduá, os lagartos, os sapos, as cobras, além de ninhos de aves e outros. Com a morte dos bichos, todo o controle do ecossistema se perde. Será quando a população vai reclamar do aumento de mosquitos e da invasão de escorpiões em casas. Desregula tudo”, ressaltou Genebaldo.

Risco a saude devido a seca

Brasiliense lota hospitais e consumo de água é recorde

14/09/2011

Antonio Temóteo

A forte onda de calor e a baixa umidade registradas no Distrito Federal nos últimos três meses representaram um aumento significativo no consumo de água nas casas dos brasilienses. A Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) também verificou gastos recordes nos últimos dias. O sistema local da empresa tem a capacidade de oferecer até 8,5 mil litros por segundo e, pela primeira vez, recebeu uma demanda de 8,4 mil litros, 98,8% de toda produção. Apesar do uso excessivo, a companhia desconsidera a possibilidade de racionamento ou falta de água.

O diretor de Operação e Manutenção da Caesb, Acylino José dos Santos, explica que a demanda média anual de água no DF é de 7,5 mil litros por segundo. Segundo Santos, o período de seca, que já dura 97 dias, tem sido responsável pelo aumento no consumo e, por isso, é necessário que a população evite desperdiçar água. O diretor detalhou que regiões abastecidas por poços artesianos têm sido afetadas com a falta de recursos hídricos, mas esses problemas são pontuais e supridos com caminhões pipa. “Essa situação chamou a atenção da Caesb. Pedimos aos brasilienses que tenham um consumo mais moderado. Para isso, é necessário evitar desperdícios, como lavagem de carro, molhar telhado e tomar banhos demorados. A atitude é preventiva, de alerta e não de alarde”, acrescentou.

A seca também tem afetado as principais fontes de abastecimento do DF. O Rio Descoberto, responsável por 70% dos recursos hídricos que chegam às casas dos brasilienses, está três metros abaixo do nível normal. Apesar da queda, Santos avalia que não há diminuição nos níveis de produção e a bacia de Santa Maria, dentro do Parque Nacional, fonte de outros 15% da água produzida pela Caesb, está em pleno funcionamento.

De acordo com Santos, serão implantados novos sistemas de produção de água no Lago Paranoá, na sub-bacia do Bananal, e em Corumbá 4, este construído em parceria com a Saneago, empresa de saneamento de Goiás. Anunciado em 2009, o projeto de explorar o Lago Paranoá terá recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e custará R$ 350 milhões. A previsão é de que o sistema esteja pronto até 2015 e atinja a produção de 3,8 m³ (3.800 litros) por segundo até 2025.

A adaptação da Barragem de Corumbá 4 para o abastecimento de água está orçada em R$ 290 milhões, valor que será repartido entre DF e Goiás. A perspectiva é de que a unidade contribua com um volume de 2,8m³ por segundo e esteja em funcionamento até o fim de 2013. A unidade do Bananal, localizada na região do Lago Norte, tem capacidade menor — de 750 litros de água por segundo — e é avaliada pela Caesb como uma ferramenta para folgar a medida entre oferta e procura. O sistema deve entrar em produção no início de 2012.

Hábitos
Na avaliação de Paulo Sérgio Salles, ecólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB), a escassez de água no DF é um problema crônico e alertado por especialistas há anos. Segundo Salles, as alternativas para a falta de recursos hídricos são poucas e dependem da mudança de costumes da população. “Todos precisam se preocupar em não poluir e preservar as bacias. Essa mentalidade precisa ser absorvida pela população e pelos setores produtivos. Atualmente, as crianças são sensibilizadas na escola e esse processo tem de continuar”, destacou. O professor também ressaltou que 70% da água utilizada no DF está diretamente ligada a atividades produtivas, principalmente para irrigação. Apesar disso, ele pondera que novos mecanismos para reduzir o consumo têm sido adotados por produtores rurais.

Cuidados
Apesar dos elevados níveis de consumo nos últimos meses, os brasilienses também têm tomado cuidado para não desperdiçar água. A aposentada Aparecida Azevedo, 55 anos, reaproveita toda a água que usa na lavagem de roupas para limpar a garagem e molhar parte das plantas da casa em que mora no Cruzeiro. Para isso, ela armazena todo o líquido em um galão de 100 litros. Além disso, Aparecida utiliza equipamentos que liberam o vapor da água a fim de lavar o piso. “Passei 30 dias sem usar a máquina porque sei que preciso economizar. Minha casa tem 11 cômodos e pago à Caesb R$ 85 por mês. Minha faxineira quer pedir demissão porque regulo o consumo”, contou.

O servidor público Rodrigo Gonçalves Virgínio, 35 anos, também se preocupa até na hora de lavar o carro. Morador do Cruzeiro, Virgínio usa uma bomba elétrica, baldes e panos para evitar o desperdício. “Não deixo a torneira aberta e enxáguo o carro apenas depois de ensaboar todas as partes. Aqui em casa todos têm a preocupação em reduzir o consumo, até porque pagamos uma taxa todo mês.”

racionamento de água no DF

Adasa toma medidas preventivas de racionamento de água na Bacia Pipiripau

Publicação: 15/09/2011 19:52 Atualização: 15/09/2011 19:53

Correio Braziliense

Brasília está há 97 dias sem chuva. Em razão disso, a Agência Reguladora de Água, Energia e Saneamento (Adasa) determinou que, a partir desta quinta-feira (15/9) até o dia 28 de setembro, haverá um horário específico em que a captação de água na Bacia do Pipiripau será interrompida. Segundo a Adasa, a decisão tomada em reunião com a Comissão de Acompanhamento da Bacia consiste na tentativa de garantir o suprimento adequado para o consumo de usuários do Distrito Federal, que ocorre por meio da captação feita pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). A Adasa alerta a tendência de piorar a situação com o prolongamento da estiagem e, portanto, a população deve estar preparada para racionar o uso do bem natural.

Os horários de restrição ocorrerão durante quatro horas diárias de cada lado do ribeirão: de 8h às 12h na margem direita e das 12h às 16h na margem esquerda, e segue até a estação montante canal, próxima à estação da Caesb. Uma nova reunião para reavaliar as condições de oferta de água e possíveis medidas está marcada para ocorrer no dia 28, quando acaba a restrição.

A implantação do esquema é justificada, pela agência, por conta dos baixos níveis de vazão registrados, o que significa risco iminente. Ou seja, a quantidade de água utilizada é maior do que a reserva presente na bacia e faz-se necessário a preservação para não faltar água.

A medida vai afetar cerca de 150 produtores locais, que usam os recursos hídricos para irrigação de núcleos rurais. Ao todo existem três na região: Pipiripau, Taquara e Santos Dumont, onde atuam mais de 400 produtores. Os usuários localizados às margens do ribeirão Taquara, desde a nascente até a estação Taquara, não sofrerão paralisações de captação.

A Comissão de Acompanhamento da Bacia é formada por usuários e representantes dos órgãos que cuidam dos recursos hídricos: Agência Nacional de Águas (ANA), Semarh, Emater, Caesb e Seapa, sob a coordenação da ADASA.

Histórico de seca

O período de seca — de maio a setembro — é de disputa por água, em especial na Bacia do Pipiripau, uma região permeada por nascentes. Foi necessário um decreto do Governo do DF, em setembro de 2010, para disciplinar o uso da água e dirimir os conflitos.

Duelam pelas águas do Pipiripau, na divisa do DF com o município de Formosa (GO), grandes produtores de café, empresas de extração e lavagem de areia, os pequenos produtores do Canal Santos Dumont e a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), que extrai a água para o abastecimento de Planaltina (DF).

O Pipiripau já é fonte de abastecimento de Planaltina há 11 anos. Desde então, os produtores do Canal Santos Dumont — que produzem frutas, verduras e hortaliças no local há quase três décadas — precisaram mudar a maneira de plantar. A água que escorre pelo canal, construído para facilitar o abastecimento das propriedades rurais, tornou-se mais escassa. O racionamento do uso foi a única saída.

Um levantamento da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) identificou 25 mil usuários irregulares de água superficial e subterrânea, tanto em áreas urbanas quanto na zona rural. A quantidade era bem maior: 5,5 mil se regularizaram nos últimos anos.

Governador assina decreto e declara Situação de Emergência no DF

Governador assina decreto e declara Situação de Emergência no DF

Publicação: 15/09/2011 21:17 Atualização:Correio Braziliense

O governador Agnelo Queiroz declarou Situação de Emergência no Distrito Federal devido aos excessivos incêndios florestais. O decreto foi publicado nesta quinta-feira (15/9) no Diário Oficial do DF (DODF). A medida reforça a portaria conjunta, assinada na última semana pelas secretarias de Estado de Defesa Civil, Educação, Governo e Segurança Pública.

Mesmo com a trégua no clima seco, o vigor do decreto estabelece inicialmente 60 dias, entretanto, pode cessar assim que a situação de risco de novos incêndios seja reduzida. De acordo com a Defesa Civil, aos poucos a umidade começa a apresentar pequenos índices de melhora. Segundo O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a umidade relativa do ar variou entre 60% e 30% nesta quinta-feira. A temperatura mínima ficou em 17,8ºC e a máxima em 27,6ºC.

Segundo a assessoria da Secretaria de Comunicação, o decreto prevê, entre outras aplicações, a possibilidade de os órgãos afetados (Secretarias de Meio Ambiente e Defesa Civil, e o Corpo de Bombeiros Militar do DF) adquirirem insumos que impeçam diretamente o fogo de se alastrar, como, por exemplo, bataclaves, máscaras, abafadores e bombas costais.

Ainda de acordo com a assessoria, a assinatura do decreto decorre de, principalmente, dois fatores: os incêndios já terem atingido mais de 35 mil hectares no Distrito Federal e o desconforto causado à população pela queima da biomassa, que resulta em fuligem e poluição.

noticia antiga - mas nova sobre acidentes e risco de nevoeiro

Nevoeiro e neblina aumentam risco de acidentes

Sob neblina ou chuva, diminua a velocidade, redobre a atenção e não ligue o pisca alerta, e sim o farol baixo.

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Cena comum nas estradas brasileiras agora de manhã: neblina, cerração. Fenômenos típicos do inverno, que são uma ameaça para quem pega a estrada logo cedo.

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O motorista brasileiro, infelizmente, não tem a virtude da prudência. E por isso mesmo, os acidentes aumentam nesta época do ano. E são acidentes graves. Em apenas um deles, em São Paulo, cinco pessoas morreram. As causas: uma mistura de imprudência e falta de conhecimento sobre como dirigir em condições adversas.

Saiba maneiras de tornar a viagem mais segura e evitar tragédias.

Neblina e chuva, um descuido e um trágico acidente. Foi na Rodovia dos Imigrantes que três homens e duas mulheres morreram. Na mesma noite, outros quatro acidentes aconteceram em outra rodovia de São Paulo.

“Eu já vi muitos carros no canteiro central, que sofreram acidentes e isso é muito preocupante”, diz uma mulher.

A falta de visibilidade não acontece só nos trechos de serra. Em áreas de baixada é comum o surgimento de nevoeiro e neblina. Com isso, o risco de acidente aumenta.

Na Rodovia Castelo Branco, a preocupação é tanta que a concessionária encomendou um estudo para tentar descobrir porque a densidade do nevoeiro tem aumentado nos últimos anos.

“Há indícios de que as indústrias da região poderiam estar liberando no meio ambiente materiais pesados, afirma o gestor de atendimento Renato Caldo.

Dois equipamentos foram instalados nos pontos onde os nevoeiros ocorrem. Eles captam as partículas da névoa que depois passam por testes químicos feitos pela Universidade de São Paulo, Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, e pela Universidade de Viena, na Áustria.

Muitos acidentes ocorrem porque os motoristas não sabem como se comportar diante da neblina.

“Ligo o pisca alerta para manter o de trás informado para diminuir a velocidade. A orientação é não ligar o pisca alerta? Eu não sabia”, diz o comprador Carlos Eduardo Reina.


Pisca alerta só para carro parado. Em caso de neblina, a Polícia Rodoviária recomenda que o motorista mantenha antes de tudo a calma e siga os procedimentos de segurança.

“Ele não deve parar sobre a faixa de rolamento. Orientamos que o condutor não pare no acostamento. Se houver necessidade de parar no acostamento, não tiver como prosseguir, que ocupantes desembarquem e procure uma área segura”, afirma o capitão da Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo Dalton Augusto Infanti.

Um motorista segue outras recomendações: “Primeira providência é sinalização de lanterna e redução da velocidade. Quem conduz nessas condições deve dirigir para si e para o outro, sempre mantendo atenção redobrada”, afirma o bancário Antonio Denardi.

Reforçando as recomendações: sob neblina não ligue o pisca alerta, ligue o farol baixo do carro. E só pare no acostamento se for impossível continuar. E uma vez no acostamento desça do carro e fique em lugar seguro.

A principal recomendação, seja quando há neblina ou chuva, é diminuir a velocidade e redobrar a atenção.