Friday, August 5, 2011

A época de risco de incêndios começou: mapeamento de áreas vulneráveis e acidentes no DF

Bombeiros alertam para riscos de locais vulneráveis como a Oca da Tribo

Correio Braziliense - Luiz Calcagno

Publicação: 04/08/2011 08:00 Atualização:


A destruição pelo fogo do restaurante Oca da Tribo serve para alertar aos brasilienses que casas e estabelecimentos comerciais também estão vulneráveis às queimadas florestais. Uma das hipóteses do Corpo de Bombeiros é de que o vento tenha carregado brasas de um incêndio nos arredores para o telhado de palha do estabelecimento. Com isso, o espaço tradicional na cidade entra para as estatísticas de edificações, incluindo pontos comerciais, consumidas pelas chamas. De janeiro a outubro do ano passado, de acordo com os bombeiros, foram 1.642 registros dessa natureza (ou cinco por dia), mais que todo o ano de 2009 (1.405 ocorrências).

Ontem, até as 20h, foram registrados 45 focos de incêndio no Distrito Federal. Ao todo, este ano, o Corpo de Bombeiros atendeu 1.300 chamados para apagar o fogo que devora o cerrado nesta época seca. Desde 10 de junho, não cai uma gota de chuva no Distrito Federal. Ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 21% de umidade nas horas mais quentes do dia. Na segunda-feira, o índice ficou em 19%, o segundo mais baixo do ano. “A expectativa é que a próxima chuva ocorra somente na segunda quinzena de setembro. Está dentro do normal. Ainda não dá para esperar uma seca pior ou melhor que a do ano passado”, disse a meteorologista Maria das Dores de Azevedo.

O major Mauro Sérgio de Oliveira, da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, recomenda a quem mora perto do cerrado que mantenha materiais combustíveis, como madeira, palha e panos, longe das matas. O militar alerta ainda que, na hora de construir, é importante delimitar uma distância segura entre a obra e a mata e dar uma atenção especial à parte elétrica do prédio ou da casa. “São cuidados que ajudam a evitar uma tragédia. Mesmo assim, precisamos lembrar que incêndios florestais se propagam, normalmente, pelo vento ou por animais atingidos pelas chamas, que tentam fugir e levam o fogo para outras áreas. Nesses locais, aconselhamos construções de alvenaria, que são mais resistentes às chamas”, explicou.

Perigo
Quanto à estrutura do Oca da Tribo, o major disse que não há problema em construir um estabelecimento de palha e madeira, mas que nesse caso o proprietário precisa de um plano de combate a incêndio específico para ambientes com alto risco desse tipo de ocorrência. No caso do restaurante, o projeto estava em dia, o que não evitou que o local fosse totalmente consumido pelas chamas. “Não é um erro ser de palha, mas o risco nesse caso é muito maior. Se estivéssemos do lado do local, ainda assim, a destruição seria total. É importante pensar na hora de construir. Nesse caso, os riscos são maiores e o proprietário sabe disso”, disse o major Mauro de Oliveira. O tradicional restaurante fica a uma distância de 200 metros da mata que incendiou na tarde de ontem. O fogo no cerrado e no Oca da Tribo pôde ser visto de várias partes do Plano Piloto, incluindo a Esplanada dos Ministérios.

Exigências
Todo e qualquer estabelecimento comercial precisa atender às exigências
de segurança do Corpo de Bombeiros. As determinações variam de acordo com o tamanho e a finalidade do prédio. Rotas de fuga preestabelecidas, extintores de incêndio posicionados, hidrantes e aspersores automáticos (dispositivos que soltam água quando detectada fumaça no local) são alguns dos itens importantes nas edificações.

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