No dia 07/04 parte de um morro no município de Niterói, conhecido como morro do Bumba, deslizou destruindo cerca de 50 casas e causando a morte de 105 pessoas. Duas fissuras na rocha, no alto do morro do Bumba, serviram de "gatilho" para o grande deslizamento de terra de acordo com um estudo de geógrafos da PUC-Rio. A recuperação da área está orçada em R$ 35 milhões, a reconstrução de moradias em R$ 10 milhões. De acordo com o secretário estadual de Obras, Hudson Braga, serão realizados serviços de contenção de encostas, reflorestamento, reconstrução da rede de drenagem pluvial e recuperação de vias no acesso ao Morro do Céu.
Algumas horas depois da tragédia a imprensa divulgaria a existência de um antigo lixão na área. No período de 1970 a 1986 a área recebeu lixo de todo o município de Niterói. Com a desativação do lixão a área foi interditada, mas pouco a pouco acabou sendo ocupada de forma irregular.
Curiosamente na década de 90 o local chegou a receber investimentos públicos de certa forma a ocupação do morro do Bumba foi incentivada pelo o governo que realizou obras de saneamento, construiu uma escola, uma creche e uma quadra de esportes entre outras coisas.
O correto seria a remoção da população da área que é extremamente insalubre. Além da instabilidade do solo de um terreno nessas condições ainda há outros riscos como a produção do gás metano na decomposição da matéria orgânica (o que proporciona riscos de explosão) e de chorume, liquido poluente também resultante da decomposição do material presente no lixo. Estudos da UFF (Universidade Federal Fluminense) alertaram a prefeitura do risco por pelo menos duas vezes em 2004 e 2007 e mesmo assim a nada foi feito.
O risco pode ser calculado como o produto da probabilidade de acidentes (freqüência e magnitude de ocorrências naturais) x fragilidade (características físicas do ambiente construído) x o patrimônio (população, pertences e estruturas em risco). Porém, a urbanização informal (invasões, loteamentos irregulares) pode multiplicar, por dez ou mais vezes, a probabilidade de desastres naturais em ambientes urbanos devido à precariedade das moradias ou a riscos inerentes aos terrenos irregulares que, por não oferecem condições salubres para se integrar ao mercado imobiliário formal, servem de opção para pessoas que não conseguem pagar aluguel nas grandes cidades.
Por mais absurdo que seja, moradias em condições parecidas com as do morro do Bumba, em lixões, ainda são encontradas no Brasil e em diversas partes do mundo. Em reportagem de 13/04/2010 o Estadão revelou a existência de cerca de 17.000 pessoas nessa situação no estado de São Paulo. Em Manila, nas Filipinas, a favela conhecida como “Smokey Mountain” é foco mundial de atenções humanitárias por abrigar uma população de cerca de 30 mil pessoas dentro e ao redor de um lixão.
Custos
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