Friday, September 3, 2010

Vazamento de amônia em gás após acidente na BR-381










O acidente ocorreu na BR-381, em Caeté, MG. Uma carreta de Santa Bárbara do Oeste (SP), carregada com amônia, tombou sobre um carro, entre o trevo de Caeté e o distrito de Ravena, na Região Metropolitana de Belo Horizonte no início da noite do dia 31 de julho de 2010.
A carreta transportava 24 toneladas de amônia em gás, produto químico muito tóxico. O tombamento interditou um trecho de dois quilômetros. A PRF fechou um quilômetro para cada sentido da rodovia para evitar contaminação pelo ar. O trecho permaneceu congestionado durante todo o fim de semana.
A carreta tombou depois de bater em um carro. O carona do carro morreu na hora. Ramon Marinho da Silva, 45 anos, era pai de três filhas. O motorista quebrou a perna, mas não corre risco de morrer. O condutor da carreta não se feriu.
De acordo com a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), a empresa que fazia o transporte da amônia tinha licença para o serviço.
Como não existe uma empresa de reserva para recolhimento de produto tóxico e inflamável, como a amônia, a chegada de um veículo capacitado para o que eles chamam de transbordo demorou. O caminhão que retirou a substância chegou ao local do acidente no início da tarde do dia seguinte ao acidente. A operação é delicada e deve ser feita em várias etapas. Os operadores que trabalham no local devem usar uma roupa especial para evitar a intoxicação. Sendo uma rodovia de trânsito intenso de materiais perigosos, um plano de emergência para tais situações deveria existir.
Os acidentes envolvendo a produção, armazenamento e transporte de substâncias químicas perigosas diversas, dependendo da sua magnitude e pela periculosidade dos produtos envolvidos, podem ser considerados “acidentes químicos maiores”, uma vez que esses eventos resultam em explosões, incêndios e emissões, individualmente ou combinados, e podem "envolver uma ou mais substâncias perigosas com potencial de causar múltiplos danos à saúde e ao meio ambiente.
Amônia é muito utilizada em ciclos de compressão (refrigeração), em fertilizantes, e em produtos de limpezas. A inalação pode causar dificuldades respiratórias, broncoespasmo, queimadura da mucosa nasal, faringe e laringe, dor no peito e edema pulmonar. A ingestão causa náusea, vômitos e inchação nos lábios, boca e laringe. A amônia produz, em contato com a pele, dor, eritema e vesiculação. Em altas concentrações, pode haver necrose dos tecidos e queimaduras profundas. O contato com os olhos em baixas concentrações (10 ppm) resulta em irritação ocular e lacrimejamento. Em concentrações mais altas, pode haver conjuntivite, erosão na córnea e cegueira temporária ou permanente. Reações tardias podem acontecer, como fibrose pulmonar, catarata e atrofia da retina. A exposição a concentrações acima de 2500 ppm por aproximadamente 30 minutos pode ser fatal. Já no meio ambiente pode ser facilmente biodegradável, de acordo com o volume e concentração.





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